A revolução dos robôs de estimação: alegria e companheirismo para idosos em Nova York

Em Nova York, uma nova tendência está transformando a vida de idosos: a adoção de animais de estimação robôs. Animais de estimação animatrônicos estão proporcionando conforto e companhia a muitas pessoas mais velhas que, por vários motivos, não podem ter um animal de estimação de verdade ou não têm familiares próximos.

A ascensão dos animais de estimação robôs

O New York State Office on Aging (NYSOFA) lidera a distribuição desses animais de estimação desde 2018. Até o momento, mais de 31.500 animais de estimação robôs foram entregues a idosos identificados como socialmente isolados. Em junho deste ano, o NYSOFA anunciou a distribuição de mais 4.725 animais de estimação para continuar esta iniciativa. Esses robôs, produzidos pela Joy for All, incluem cães, gatos e pássaros conhecidos como “walker squawkers”, que podem ser colocados em bengalas ou andadores.

Helen Macura, uma moradora de Nova York de 101 anos, é uma das beneficiárias desta iniciativa. Desde que recebeu seu cão robô, que ela chamou de “Friendly”, Helen encontrou um novo senso de companhia. “Estou falando com alguém. Tenho companhia. “Tem alguém aqui me ouvindo”, Helen disse à ABC News sobre seu animal de estimação que late, balança a cabeça e levanta a pata. Além disso, Helen enfatiza a paz de espírito de saber que seu animal de estimação não escapará para a rua movimentada onde ela mora.

Vivek Murthy, Cirurgião Geral dos Estados Unidos, declarou repetidamente os sérios riscos à saúde associados à solidão e ao isolamento. Em 2023, ele declarou que “solidão, isolamento e falta de conexão em nosso país” constituem uma crise de saúde pública. Segundo ele, a desconexão social pode ter um impacto mortal como o de fumar 15 cigarros por dia. Os relacionamentos e conexões sociais são fundamentais para a saúde e o bem-estar e devem ser priorizados assim como outros problemas críticos de saúde pública, como tabagismo e obesidade.

Greg Olsen, diretor interino do NYSOFA, observou que a solidão “pode literalmente matar você”. Por esse motivo, a distribuição de animais de estimação robôs é vista como uma ferramenta vital para melhorar a qualidade de vida dos idosos. “Esses animais de estimação robóticos ‘realistas’ são projetados para fazer sons e movimentos realistas, proporcionando conforto e companhia às pessoas”, explica Olsen.

Benefícios e desafios dos animais de estimação robóticos

Os animais de estimação robóticos não só oferecem companhia, mas também podem ajudar a reduzir os níveis de estresse e ansiedade em adultos mais velhos. Estudos mostraram que interagir com animais de estimação animatrônicos pode diminuir a pressão arterial e melhorar o humor. Além disso, esses animais de estimação exigem menos cuidados do que um animal de estimação real, o que é especialmente benéfico para pessoas com mobilidade limitada ou condições de saúde que dificultam o cuidado de um animal vivo.

No entanto, nem todos estão convencidos da eficácia dos animais de estimação robóticos. Alguns críticos argumentam que eles podem ser um exemplo de “botsourcing”, substituindo a conexão humana por robôs. Olsen destaca que esses dispositivos podem servir como uma ponte para a interação humana. Por serem um tópico comum de conversa, os animais de estimação robóticos podem ajudar os idosos a se conectarem mais facilmente com outras pessoas. Por exemplo, cuidadores domiciliares ou visitantes podem usar animais de estimação como um ponto de partida para interagir com os moradores, promovendo um senso de comunidade e pertencimento.

Inovação e futuro dos animais de estimação robôs

Ted Fischer, fundador da Ageless Innovation, teve a ideia de animais de estimação robôs enquanto trabalhava em uma empresa de brinquedos infantis. Originalmente projetados para crianças em idade escolar, Fischer percebeu que cerca de 20% das avaliações eram de adultos comprando-os para seus entes queridos mais velhos. Essa descoberta o levou a lançar a Ageless Innovation, uma empresa que cria produtos para pessoas de todas as idades.

Fischer e Olsen reconhecem que animais de estimação robôs não podem substituir completamente as conexões humanas de alta qualidade, mas os veem como uma ferramenta valiosa para facilitar transições difíceis. Para alguns idosos, a presença de um animal de estimação robô pode tornar as experiências desafiadoras mais suportáveis, concentrando a atenção no animal em vez da situação estressante.

Histórias de sucesso e expansão da iniciativa

Helen Macura não é a única que encontrou conforto em um animal de estimação robô. Muitos outros idosos em Nova York compartilharam histórias semelhantes de como esses animais de estimação melhoraram sua qualidade de vida. Por exemplo, John Doe, um veterano de guerra de 85 anos, diz que seu gato robô, que ele chamou de “Whiskers”, o ajudou a lidar com a perda de sua esposa. “Whiskers está sempre lá para mim. Ele me faz sentir menos sozinho”, diz John.

Devido ao sucesso da iniciativa em Nova York, outros estados estão considerando implementar programas semelhantes. A combinação de tecnologia e empatia provou ser uma solução eficaz para um dos problemas mais urgentes da nossa sociedade moderna: a solidão na velhice.

Perspectivas e recomendações futuras

Em um mundo cada vez mais consciente dos efeitos devastadores da solidão, os animais de estimação robóticos estão surgindo como uma solução inovadora que combina tecnologia e empatia para melhorar a vida de adultos mais velhos. No entanto, é crucial que essas iniciativas sejam complementadas por esforços para promover conexões humanas reais. Programas de voluntariado, atividades comunitárias e serviços de suporte devem ser integrados para criar um ambiente no qual os idosos se sintam valorizados e conectados.

Para maximizar o impacto positivo dos animais de estimação robóticos, é recomendado que cuidadores e familiares recebam treinamento sobre como usá-los de forma eficaz. Além disso, pesquisas contínuas sobre os benefícios psicológicos e físicos desses animais de estimação podem ajudar a refinar e melhorar produtos futuros.

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